2011. Extraí dele conteúdo suficiente para encher uma garrafa.
Ri, chorei, cresci. Mais do que tudo, aprendi. Que conhecidos podem ser grandes amigos se você permitir. E que nada pode comprar um abraço sincero nas horas difíceis.
Aprendi que não podemos obrigar alguém a ficar. Acima de tudo, cuidar. Aprendi o que é o amor. Amar não é estar junto. Amar é ser feliz à custa da felicidade alheia.
Realizei. Coisas que jamais poderia imaginar. E o maior esforço foi sonhar.
Descobri que manipular o ciclo da vida é totalmente inútil. Algumas coisas se vão para dar chance às outras. E você deve dar chance à elas.
Descobri também que não é o tempo que faz uma pessoa especial. É ela mesmo. É uma palavra dita. É o momento em que você sente a diferença.
Encontrei alguém capaz de me arrancar um sorriso. Com o pensamento.
Alguém que eu quero abraçar e perguntar "Como vai?" olhando nos olhos.
E junto, encontrei o desejo de viver mais um ano.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Cacos de Vida II
20:45. Lá fora, o vento gelado grita. Posso ouvir daqui. Estrelas convidativas refletem nos atentos olhos das crianças deitadas no jardim. O mesmo riso que as envolve, as protege do frio. Subitamente, me lanço em direção ao meu casaco falsamente dobrado no sofá e o convoco para uma caminhada.
Cada passo parece mais profundo. Piso em pedras de sonhos e respiro o ar de certezas. Acho mais uma peça do jogo chamado Sentido da Vida em um casal de idosos que passa de mãos dadas. O bar com cheiro de mofo e mágoas hoje toca "Something" dos Beatles. O olhar de um solitário homem revela que George Harrison compôs mais do que uma simples canção. Uma garrafa vazia enfeita a sua mesa. No copo, ele toma o último gole do conteúdo chamado esquecimento. E eu, o último gole da noite.
De volta, as crianças permanecem no jardim. Suas vozes, agora elevadas, anunciam um acontecimento especial. Fui surpreendida. "Você viu aquela estrela cadente? Faça um pedido!" perguntou-me uma delas com um sorriso afável. "Não vi, que pena." respondi. "Não tem problema, faça um pedido mesmo assim!" rebateu. Sorri e entrei. Bobagem.
Coloquei novamente o meu casaco no sofá, agora nem mesmo falsamente dobrado. No quarto, a Lua iluminava metade da minha cama, sendo o suficiente para eu me ajeitar. Deitei. Na bagunça dos pensamentos noturnos, o apelo da criança me veio à cabeça. Involuntariamente, pensei. E com força. "Queria que você estivesse aqui."
Cada passo parece mais profundo. Piso em pedras de sonhos e respiro o ar de certezas. Acho mais uma peça do jogo chamado Sentido da Vida em um casal de idosos que passa de mãos dadas. O bar com cheiro de mofo e mágoas hoje toca "Something" dos Beatles. O olhar de um solitário homem revela que George Harrison compôs mais do que uma simples canção. Uma garrafa vazia enfeita a sua mesa. No copo, ele toma o último gole do conteúdo chamado esquecimento. E eu, o último gole da noite.
De volta, as crianças permanecem no jardim. Suas vozes, agora elevadas, anunciam um acontecimento especial. Fui surpreendida. "Você viu aquela estrela cadente? Faça um pedido!" perguntou-me uma delas com um sorriso afável. "Não vi, que pena." respondi. "Não tem problema, faça um pedido mesmo assim!" rebateu. Sorri e entrei. Bobagem.
Coloquei novamente o meu casaco no sofá, agora nem mesmo falsamente dobrado. No quarto, a Lua iluminava metade da minha cama, sendo o suficiente para eu me ajeitar. Deitei. Na bagunça dos pensamentos noturnos, o apelo da criança me veio à cabeça. Involuntariamente, pensei. E com força. "Queria que você estivesse aqui."
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Cacos de vida I
Onze da manhã. Acordou em um quarto bagunçado, cheio de lembranças e vazios espalhados pelo chão. Não se achava nada. Nada mesmo. Vasculhou a sua mente em busca de pedaços que fizesse algum sentido. Nada. Parou por um instante, como se algo a desligasse naquele momento. Seu olhar pesava sobre a bolsa pendurada na cadeira. A sensação era única: a vinda de uma forte tempestade. Não hesitou em abri-la. Alcançou rapidamente o fundo, onde finalmente encontrou o tesouro perdido. Suspirou, dizendo baixinho: "isto deve servir." Aquele pedaço composto de nostalgia a matou rapidamente, trazendo a maléfica mistura de esperança e tristeza, que aos poucos foi preenchendo todo o espaço. Duas palavras com uma força brutal a atingiram em cheio, renovando todo o sentimento já mofado dentro de si. "Te espero." dizia a mensagem em seu aparelho celular. Quase tão mofada quanto.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Trechos de algo inconstante.
Qual o motivo de ainda estar por aqui? Há pouco ainda achava que já estivesse em seu destino. Não é que não te quero por perto. É que sou uma egoísta frágil. Daquelas que quase não suporta ver as coisas distorcidas.
Quando é que você vai? Você deveria ter pego aquele trem de domingo. Estava um belo dia para um lugar incomum. O céu não combinava com o ambiente cinza, como de costume. Dava para ouvir alguns pássaros de passagem e algumas notas de piano entrando pela janela. Meus olhos viam a paz lá fora. Até ela foi, então me diga. Quando é que você vai?
É assim que eu estou. Eternamente cansada. Me vejo presa em looping eterno de esforços em vão. Você não parte. Você não me escuta.
Você só fala.
Quando é que você vai? Você deveria ter pego aquele trem de domingo. Estava um belo dia para um lugar incomum. O céu não combinava com o ambiente cinza, como de costume. Dava para ouvir alguns pássaros de passagem e algumas notas de piano entrando pela janela. Meus olhos viam a paz lá fora. Até ela foi, então me diga. Quando é que você vai?
É assim que eu estou. Eternamente cansada. Me vejo presa em looping eterno de esforços em vão. Você não parte. Você não me escuta.
Você só fala.
sábado, 18 de junho de 2011
segunda-feira, 30 de maio de 2011
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